Pix consignado? Conheça a versão de transferência exclusiva para empreendedores
A cada dia, novas modalidades de Pix chegam para os brasileiros. Dessa vez, uma nova forma de transferência atenderá os empreendedores.
O Pix consolidou-se como uma das principais inovações financeiras do Brasil, transformando a forma como pessoas e empresas realizam pagamentos e transferências. Desde o seu lançamento, a ferramenta evolui constantemente.
Ela vem incorporando novas funcionalidades que ampliam sua utilidade e atraem cada vez mais usuários. Ao unir agilidade, baixo custo e ampla acessibilidade, o Pix tornou-se peça estratégica para a inclusão financeira e para o fortalecimento da economia digital no país.
Essa expansão ocorre em meio a um cenário de intensas mudanças no mercado de pagamentos, marcado por disputas tecnológicas e interesses econômicos globais. Assim, entender as próximas novidades e os desafios enfrentados pelo sistema torna-se essencial para acompanhar seu papel no futuro financeiro.

Neste artigo, você confere:
Pix em Garantia é nova modalidade para empreendedores
O Banco Central desenvolve uma funcionalidade inovadora do Pix chamada Pix em Garantia, prevista para 2026, que promete ampliar o acesso ao crédito para empreendedores e trabalhadores autônomos, transformando o processo de transferência.
Essa modalidade permitirá que MEIs e profissionais independentes usem seus recebíveis futuros do Pix como garantia para obter empréstimos. Assim, as transferências previstas para entrar na conta servirão como colateral, aumentando a confiança das instituições financeiras na concessão de crédito.
Com essa estrutura, o valor dos recebíveis vinculados ao empréstimo será descontado automaticamente na data combinada, garantindo o pagamento e reduzindo o risco de inadimplência. Esse mecanismo tende a proporcionar juros mais baixos.
Isso porque atua aproximando-se do modelo de crédito consignado já existente para trabalhadores formais, que utilizam o FGTS como garantia. Dessa forma, a iniciativa busca equilibrar as condições de financiamento entre profissionais com e sem carteira assinada, favorecendo especialmente autônomos.
Segundo o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, essa funcionalidade reflete as mudanças no perfil da força de trabalho, cada vez mais voltada ao empreendedorismo e à prestação de serviços independentes.
A partir da movimentação registrada pela chave Pix, as instituições financeiras poderão avaliar o fluxo de receitas mensais de cada cliente e estabelecer uma hierarquia de pagamento. Com isso, será possível transformar a receita recorrente em um ativo seguro para operações de crédito.
Saiba mais: INSS já ressarciu 1,6 milhão de segurados; veja como receber – ProCred 360
Evolução da ferramenta é constante
O Banco Central mantém uma agenda evolutiva para o Pix, ampliando continuamente suas funcionalidades e adaptando-o às demandas do mercado. Entre as novidades recentes, destaca-se o Pix Agendado Recorrente, lançado em outubro do ano passado.
Essa função permite agendar pagamentos de mesmo valor para o mesmo dia todos os meses, facilitando o cumprimento de compromissos financeiros como aluguel ou mensalidades. Com isso, o sistema se consolida como uma alternativa prática para transações periódicas entre pessoas físicas.
Em fevereiro, a ferramenta avançou com a implementação do Pix por aproximação em algumas instituições financeiras. Essa modalidade possibilita pagamentos apenas aproximando o celular da maquininha do lojista, semelhante à tecnologia usada em cartões.
Essa inovação agiliza as compras e fortalece o posicionamento do Pix como método competitivo frente aos meios tradicionais. Em junho, o Banco Central introduziu o Pix Automático, que permite quitar contas recorrentes, como energia, água, condomínio e assinaturas, sem necessidade de confirmação manual.
Além dessas melhorias, estão em desenvolvimento recursos estratégicos para ampliar o alcance do sistema. O Pix Parcelado, previsto para setembro, oferecerá a possibilidade de parcelar compras mesmo sem cartão de crédito, atendendo cerca de 60 milhões de brasileiros que não possuem esse pagamento.
Paralelamente, o Banco Central avança na construção do Pix internacional, que já opera parcialmente em destinos como Argentina, Estados Unidos e Portugal. A meta é viabilizar pagamentos transfronteiriços diretos entre países, consolidando o Pix como ferramenta global de transações financeiras.
Saiba mais: Roubo de dados, mortes e mais: fraudes do INSS são mais preocupantes do que parecem – ProCred 360
EUA pedem investigação do Pix
Apesar dos avanços, o Pix enfrenta desafios no cenário internacional, especialmente após a decisão do Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR) de abrir uma investigação sobre serviços de pagamento eletrônico no Brasil.
Embora o documento oficial não mencione diretamente o Pix, ele aborda práticas ligadas a plataformas de pagamentos desenvolvidas pelo governo, o que, na prática, se aplica ao sistema brasileiro. O órgão norte-americano argumenta que o país adota medidas que poderiam favorecer seu próprio serviço.
Especialistas apontam que a disputa envolve questões econômicas e estratégicas, como a concorrência com grandes empresas de tecnologia e com bandeiras de cartões de crédito sediadas nos Estados Unidos.
Apesar das críticas, não há evidências consistentes de práticas desleais que justifiquem questionar a legitimidade do Pix. Para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a possibilidade de privatizar o sistema está fora de cogitação, pois isso representaria ceder a pressões externas.
O episódio ilustra como o sucesso do Pix ultrapassa as fronteiras brasileiras e desperta atenção global. Ao mesmo tempo, reforça a necessidade de o Brasil proteger sua soberania tecnológica no setor financeiro, garantindo que o sistema continue evoluindo e beneficiando milhões de usuários.
Veja outros: Bancos barram concessão de crédito por receio de aumento da inadimplência – ProCred 360